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OPINIÃO: A importância das universidades

Como tantas outras pessoas que passaram um período (ou mesmo residem até hoje em Santa Maria), sou advinda de uma cidade do interior do Rio Grande do Sul, para dar continuidade aos estudos. Na década de 1970, meus pais saíram de "mala e cuia" de Lavras do Sul para frequentarmos uma universidade. E assim foi. Em diferentes áreas, os cinco filhos se formaram e seguiram os seus caminhos. Trajetória que também trilhei com minhas filhas, hoje já graduadas. Sabemos que, embora a universidade não seja a única via para obter conhecimento, ela é um dos itinerários que favorecem ampliar os horizontes.

Atualmente tenho a felicidade de ser professora na Universidade Franciscana (UFN). Participar da formação de jovens, cheios de sonhos, nos faz querer sempre mais. Procurar incessantemente construir com eles um mundo melhor tem sido uma boa razão para levantar todos os dias.

Essa semana, em especial, ocorreu na UFN, a 6ª Jornada Internacional de Saúde, o 3º Simpósio de Enfermagem Brasil/Alemanha e o 4º Seminário em Saúde Materno Infantil, do qual participei ativamente. Foram mais de 300 inscritos, os quais assistiram e apresentaram seus trabalhos científicos e experiências de extensão. Para esse momento, inclusive, recebemos 35 estudantes e seis professores da Alemanha, 10 estudantes e quatro professores do Chile, professores de Portugal e da Colômbia. Do Brasil tivemos representantes da USP, UNESP, UFMG, PUC/Paraná e UFRGS. São intercâmbios nacionais e internacionais que, cada vez mais, se concretizam para os nossos estudantes. Oportunidades ricas para trocar experiências, não apenas para sua vida acadêmica, mas que certamente interferem na sua formação pessoal. Ao longo desses eventos, foram defendidas oito dissertações de mestrado, as quais receberam financiamento por meio de parceria da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e Cofen (Conselho Federal de Enfermagem). Saliento que os oito, agora mestres, atuam em serviços públicos de saúde da região central do Rio Grande do Sul ligados ao SUS. Por tratar-se de mestrado profissional em Saúde Materno Infantil, é necessário que cada um apresente um produto final, o qual deverá gerar impacto em sua área de atuação. Portanto, a Região recebe os novos mestres com novas tecnologias de trabalho, as quais influenciarão para uma melhor qualidade de vida das gestantes, puérperas e recém-nascidos atendidos nesses espaços.

É intensa a parceria que ocorre entre as universidades. Por ocasião do meu mestrado e doutoramento, por exemplo, foi possível mergulhar nos estudos em universidades federais (UFSM e UNIFESP, respectivamente) por meio dessas cooperações. Participo, como tantos outros professores, de projetos em parceria com universidades federais e posso dizer que vejo muito comprometimento e responsabilidade de todos os envolvidos. Faço parte, como voluntária, juntamente com representantes das áreas das Ciências Sociais e Humanas, de várias universidades da nossa região, de projeto de acolhimento e empoderamento de mulheres vítimas de violência doméstica. Concomitantemente, faço parte de um grupo de pesquisadores de oito universidades federais do Brasil, o qual estuda questões referentes a saúde da população LGBTI+. Portanto, as universidades não estão ausentes do mundo social e as áreas das humanas desenvolvem ações, principalmente para os mais vulneráveis. Saliento que, inclusive, muitas vezes tiramos dinheiro do nosso bolso para que esses projetos se efetivem e gerem resultado para a população atendida.

Portanto, muita vida para as universidades! Que todos e todas tenham a oportunidade de aprender sempre mais para um mundo mais justo e solidário!

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